2018

Formigas e Joaninhas

Com ajuda de uma amiga do peito, as obras “Misstress Ant Ge” e “Lady Bug Ge” saíram do papel e também da natureza.

Escolhi registrar as formigas pela sua essência, uma comunidade perfeita sobrevivendo há cerca de 130 milhões de anos, se escondendo no murmúrio noturno.

Já as joaninhas foram fotografadas por sua simbologia de amor, equilibrio e sorte, mesmo em sua metamorfose.

Delicadeza, detalhe e esforço representam a série Bugs.

2015

No silêncio dos troncos, pulsa a memória secreta do tempo. Cada sulco é um vestígio de épocas passadas, cada cor, um sussurro da seiva que já correu vibrante.

Nesta série, a lente se aproxima das texturas como quem escuta confidências: há linhas que ondulam feito marés, rasgos onde a luz se infiltra tímida, espaços rubros que lembram carne viva, como se o tronco revelasse não apenas sua casca, mas também suas entranhas com vermelho intenso, abrindo brechas no marrom profundo da madeira.

Cada imagem é um convite ao devaneio: rostos se insinuam nos veios, olhos parecem despontar entre as fissuras, criaturas imaginárias espreitam na dança das cores. É matéria viva, feita de tempo, luz e sombra.

2022

Pétalas. Sépalas. Cálice.
Delicadeza.
Descanso. Sustento. Abrigo.
Resiste.
Reproduz. Recomeça. Multiplica.

2020

Vivemos um tempo em que, abruptamente, tudo tornou-se ausência. Todos os lugares, ermos. Impossibilitados de figurar em qualquer paisagem, observamos de longe as ruínas e escombros como vestígios do que um dia existiu e ao mesmo tempo fundamento para refazer o que restou de nós.

2022

Uma série que traz um cenário de paz. Um vagar pelo mundo de quem se lança na vida, no ar e no [a]mar. Um infinito de possibilidades para quem vive de instantes, agoras e sutilezas. O vento que dita o rumo da folha, do pássaro, do barco e da alma que vaga. E desliza devagar, desprendida, [des]o[cupada].

2022

Torrente é fluxo que não se pode nadar. Ela abre caminhos, invade, preenche, desagua, desaba. Torrente de vida que jorra, abundante, impetuosa e intensa. Ela desvia da pedra mas arranca a raiz. Uma força capaz de criar novas paisagens. Natureza moldando a natureza.

2022

Sereno mar.

ser é no mar.

ser e amar calmaria,

maresia.

maré mansa.

azul que guia.

navega-te

2022

A natureza e sua bossa. Desenha e redesenha a si mesma. Com suas sinuosas formas, saliências e reentrâncias. Equilibrando o côncavo e o convexo. Texturas, rachaduras. E o relevo que eleva a beleza de erodir pra se revelar mais bela.

2022

Preto é força, mistério e sofisticação. Aqui ele reina, soberano.
Caminho de sombras. Penumbra. Esfinge. Desvenda-o.
É preciso saber a sombra para saber a luz.

2022

Verão de mar brilhante ondas avançam ondas recuam. Mar que se derrama entre a areia e a espuma. Num constante sobe e desce, incrivelmente, nada se repete. Maré alta. Maré cheia. Maré viva! Aflui, espalha, se agita. Dissipa…

2021

Cai e germina. Rompe a casca. Ciclos da vida. Cresce e floresce. Na folha a clorofila. O verde que acalma. A foto, em síntese, revela o resultado de um longo processo que nos garante vida. Respira e transpira. Exala, protege, abriga. Sente a natureza e a força que é renascer do chão. Vive.

2021

Sob o sol da Toscana a mágica acontece! A cada esquina um encantamento diferente e um suspirar da alma. São imagens que tatuam no peito o sentimento de contentamento por adentrar a história em suas igrejas e construções ao mesmo tempo que a natureza nos presenteia com a luz e paisagens perfeitas. São memórias que merecem sempre ser revisitadas. São histórias que nos contam um pouco mais sobre nós.

2021

Silêncio e luz é uma dança de sentimentos num quarto escuro. Uma sinfonia que nem todos podem ouvir. Pois é preciso estar voltado pra dentro, calar o mundo e lançar luz no íntimo mais profundo pra talvez enxergar uma sombra. Não é sobre o que se revela, mas o que se quer esconder.

2021

Metrópoles, labirintos, vertigem. Escombros, esquinas. Almas vazias? O avesso do avesso do avesso. Ritmo veloz, vivaz. Vivo? Recomeço, concreto, resistência. Dilata, expande. Tem espaço? Sons, luzes, insônia. Encontros, partidas. Existe amor? Mais um sonho se [des] faz.

2021

As luzes da cidade desenham um caminho sedutor que muitas vezes conduz a lugares solitários. A cidade e suas multidões, nos coloca dentro de nós, nós, sós. A cidade e seus dias nublados, necessita de corações solares. Sóis. Sois? A cidade clama uma chama que jamais apaga. Um corpo que nunca dorme. Uma vida que não pare de pulsar. As luzes dizem que é possível. Acende ou ascende.

2021

Não é sobre ser inteiro, mas reconhecer a força que existe em cada fragmento deixado quando a vida tudo dilacera. Está longe do que a cabeça pensa e muito perto do que a alma deseja. Nada tem a ver com espera, mas com o que se é agora em sua forma mais primitiva e pura. Carregado de fúria, delírio e embriaguez. Feito pra incendiar. Voraz. Visceral. Algo que brilha e queima. Excita e inflama. Uma inquietação constante, mas também rendição, entrega e redenção. Reconhecimento e perdão. Alívio e retomada.

2021

Cerrado é poesia revelada, beleza e liberdade. É um lugar que traz a sensação de renascer a cada vez que o sol nasce e de receber a cada vez que ele se põe. Suas águas, suas cores, seus sabores arrebatam e incendiam a alma. Fogo que queima a olho nu

2021

Estar no caminho implica obrigatoriamente a arte de ir ou ficar. Dar um destino a si mesmo é inevitável e, seja ele qual for, carregará em si o peso de que é apenas através de nós que caminhamos. Nós e a estrada, nós e aquilo que escolhemos (ou não) carregar, nós e quem caminha ao nosso lado, nós e quem nos atravessa, nós e quem atravessamos. E para além do ritmo, velocidade ou direção, importa que nesta jornada eu destino-me, tu destinas-te e ele destina-se. Que esta decisão seja pessoal e intransferível.

2021

A natureza revela cores que existem mais fortes que a palavra. Veja. Integrar-se a ela é saber-se num lugar onde tudo se veste de beleza, magia e mistério. Sinta. Contemplar a vida que, ora emerge, ora submerge e nunca para de pulsar. Desperta.

2021

De repente tudo está fora de lugar. Tempo e espaço ganharam outra dimensão e neste momento nenhuma rota faz muito sentido. No entanto, mesmo sem enxergar o destino, o desejo é de seguir. Independente da desordem, a vida precisa fluir, fora do trilho, mas dentro da trilha que orienta o coração.